quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Como Começou O Canaval Brasileiro


   O conhecido Carnaval chegou ao Brasil durante o período colonial e manifestou-se, a princípio, por meio do entrudo. A partir do século XX, uma série de ritmos e práticas foi desenvolvida.



   Portanto o Carnaval foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII, manifestando-se inicialmente por meio do entrudo, uma brincadeira popular. Com o passar do tempo, o Carnaval foi adquirindo outras formas de se manifestar, como o baile de máscaras. O surgimento das sociedades carnavalescas contribuiu para a popularização da festa entre as camadas pobres.

   Por via, no século XX, a popularização da festa contribuiu para o surgimento do samba, estilo musical muito influenciado pela cultura africana, e do desfile das escolas de samba, evento que acabou sendo oficializado com apoio governamental. Nesse período, o Carnaval assumiu a sua posição de maior festa popular do Brasil.


     Entrudo:

   Conforme o Carnaval chegou ao Brasil por meio da prática do entrudo, uma brincadeira muito popular em Portugal. Essa prática estabeleceu-se no Brasil, na passagem do século XVI para o XVII, e foi muito popular até o século XIX, desaparecendo do país em meados do século XX, por meio da repressão que se estabeleceu contra essa brincadeira.

   Para o entrudo poderia ser realizado de diversas maneiras, como manifestações de zombarias públicas. Segundo, a forma mais conhecida era o jogo das molhadelas, realizado alguns dias antes da Quaresma e que consistia em uma brincadeira de molhar ou sujar as pessoas que passavam pela rua. Poderia ser realizado publicamente, mas também poderia ser realizado de maneira privada.

   Sobretudo no jogo das molhadelas, produziam-se recipientes que eram preenchidos de determinado líquido. Esse líquido poderia ser aromatizado, mas também poderia ser malcheiroso e, neste caso, o recipiente era preenchido com água suja de farinha ou café, por exemplo, e até mesmo urina.



   Visto que no âmbito público, o entrudo era usado como uma ferramenta de zombaria, pois as pessoas voltavam-se contra quem cruzava as ruas das vilas ou cidades. Como era uma prática muito popular, sobretudo nos séculos XVIII e XIX, essa brincadeira era vista como uma oportunidade de renda extra para algumas famílias.

   Enquanto essas famílias dedicavam-se à produção dos recipientes, que eram preenchidos com qualquer tipo de líquido, para vendê-los em seguida. A brincadeira era tão popular que até mesmo a família real brasileira foi adepta do entrudo. Mesmo sendo popular, o entrudo não agradava à grande parte das elites do Brasil, tanto que, ao longo da nossa história, diversos decretos contra o entrudo foram baixados.

   Para o século XIX, houve uma intensa campanha contra o entrudo. Logo após o resultado da passagem da monarquia para a república, da atuação mais consistente do Estado em ações de gentrificação (expulsão das camadas populares dos centros das cidades) e da repressão a manifestações populares, a prática perdeu forças no começo do século XX.

   Segundo a imprensa foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da campanha contra o entrudo no Brasil. Entretanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas, principalmente, as polcas.

   Para a elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, para desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.





    Cordões, ranchos e marchinhas:

   Por vebtura, diante dos obstáculos, as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.

   Para as marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, destacando-se a figura de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música “Ô abre alas”. O samba somente surgiu por volta da década de 1910, com a música “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se, ao longo do tempo, o legítimo representante musical do Carnaval.


Afoxés, frevo e corsos:



   Para a Bahia, os primeiros afoxés (ritmo musical) surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o “Embaixada da África” e os “Pândegos da África”. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.

   De acordo com o longo do século XX, o Carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930.


    Escolas de samba e trio elétrico: 

   Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba, na década de 1920. Considera-se que a primeira escola de samba teria sido a “Deixa Falar”, fundada em 1928, que daria origem à escola Estácio de Sá. Outra escola de samba pioneira foi a “Vai como Pode”, que atualmente é conhecida como Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos, e a primeira disputa entre elas ocorreu no Rio de Janeiro, em 1932.

   Uma vez que as marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi “Os cabelos da mulata”, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década ficou conhecida como a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba ganharam amplitude e foram obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década.

   Em meados de 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Todavia, o nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois.

   Para o trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do Brasil.




O Sambódromo e os desfiles: 

   Consequentemente as escolas de samba e o carnaval carioca passaram a se tornar uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais começaram a investir na tradição cultural. A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na Avenida Rio Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período.

   Em meados de 1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais símbolos do Carnaval brasileiro. O Sambódromo sedia os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

  Segundo o Carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural.



     Carnaval e a economia do país:

   A maior manifestação da cultura popular brasileira, o Carnaval, traz oportunidades e gera expectativas. É um dos períodos que mais movimentam a economia do país, com projeções de alta no faturamento e impacto sobre diversos setores.

   Para quem empreende, dentro da economia criativa, o momento é de faturar e expandir os negócios.

   Em 2023, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a folia movimentou mais de R$ 8 bilhões no país. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta faturamento até 15% superior ao do ano passado.

   A folia traz benefícios para quem trabalha diretamente com os preparativos do evento como os profissionais envolvidos na produção dos desfiles, blocos e cortejos, nos diversos setores como música, design, publicidade, marketing, coreógrafos, filme, TV, vídeo, rádio, fotografia, costureiras, sambistas, artesãos, fornecedores de produtos para confecção de fantasias e carros alegóricos entre outros.

   A geração de empregos também fica aquecida com as vagas temporárias. Atendentes, cozinheiros, garçons, profissionais de limpeza, animadores, entre outros, são funções com maior demanda. Estima-se a abertura de 25,4 mil trabalhadores temporários em todo o país.

   A economia criativa no Carnaval impacta toda uma cadeia de negócios, que inclui desde hospedagem, bares, restaurantes, supermercados, festas privadas, produção de shows, indústria de vestuário, customização de abadás e serviços de mobilidade, companhias aéreas, cervejarias, até aplicativos, ônibus intermunicipais e locação de veículos.

   Para os pequenos negócios, o período é sinônimo de oportunidades e já estão a todo vapor para lucrar mais.

   Já os microempreendedores individuais, o número chega ao patamar de milhares e inclui vários segmentos, desde os “barraqueiros” licenciados para comércio ambulante nos diversos polos espalhados pelas cidades e nas orlas até as costureiras responsáveis por transformar as ilusões mais estravagantes em fantasias.

   Segundo dados do Sebrae Nacional, o Brasil voltou a ser destino turístico e o Carnaval nacional é conhecido mundialmente.

   Das grifes as lojas fast fashion, passando por lojas de comércio populares, todas investem na festa, onde é possível encontrar a temática carnaval. São tecidos, roupas, fantasias, acessórios, adereços para os cabelos, maquiagem, tintas de cabelo, purpurinas e muito mais.

   Seja pulando, descansando e viajando o feriado movimenta a economia, os diversos empreendedores e empresários devem aproveitar o evento para testar ideias, novos produtos e novos negócios.

   Para os outros aspectos importantes está relacionado a entrada de divisas para o país, com a chegada de estrangeiros, a economia gira com moeda estrangeira, impactando positivamente a balança comercial.

   Além do impacto econômico, o Carnaval é uma festa que tem relevância social, pois integra pessoas de diferentes culturas e promove o bem-estar de quem participa, projeta o país e sua cultura para o mundo.

   É expressão cultural do povo, das comunidades. É a hora de fazer bonito e mostrar o que temos de melhor.



Referências:

https://economiasp.com/2024/02/02/carnaval-aquece-economia-criativa-e-anima-empreendedores/#:~:text=Al%C3%A9m%20do%20impacto%20econ%C3%B4mico%2C%20o,o%20que%20temos%20de%20melhor.

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